Cerâmica nas Caldas<br>desencadeou falência

A administração da fábrica de cerâmica , uma das mais an­tigas das Caldas da Rainha, co­mu­nicou dia 29 de De­zembro, aos seus 220 tra­ba­lha­dores, que en­trou em tri­bunal com o pro­cesso de fa­lência.
Cabe a um gestor ju­di­cial ava­liar as pos­si­bi­li­dades de vi­a­bi­li­zação.
Um re­pre­sen­tante dos tra­ba­lha­dores disse à Lusa que a em­presa co­meçou a pagar com atraso no Verão e já deve dois meses de sa­lá­rios e o sub­sídio de Natal, «mas sa­bemos que há en­co­mendas até Março». An­tónio Pinto afirmou ainda que, mesmo sem ga­ran­tias de que re­ce­berão o or­de­nado, os tra­ba­lha­dores não irão aban­donar os seus postos até terem co­nhe­ci­mento da de­cisão do gestor ju­di­cial. Cri­ticou a forma como a em­presa tem ge­rido os seus re­cursos hu­manos, subs­ti­tuindo pes­soal es­pe­ci­a­li­zado por imi­grantes, aos quais não dá for­mação pro­fis­si­onal. «A ad­mi­nis­tração queixa-se de que a loiça não tem qua­li­dade, mas tem op­tado por co­locar pes­soal não es­pe­ci­a­li­zado, por ser mais ba­rato», de­nun­ciou.
A fá­brica está ins­ta­lada nas Caldas da Rainha há 35 anos e é a ter­ceira mais an­tiga da ci­dade (de­pois da Fá­brica de Loiça Ra­fael Bor­dalo Pi­nheiro e da Secla).

Santa Clara

Os tra­ba­lha­dores da Santa Clara Ce­râ­micas de­ci­diram des­locar-se dia 13 ao Tri­bunal do Tra­balho de Coimbra, para co­nhe­cerem a de­cisão deste sobre a pro­vi­dência cau­telar in­ter­posta pelo Sin­di­cato da Ce­râ­mica do Centro, que se opõe ao fecho da fá­brica na ci­dade.
«Es­tamos na ex­pec­ta­tiva de que se cumpra a lei e de que, face aos com­pro­missos as­su­midos, seja de­cla­rada a ili­ci­tude da ordem de trans­fe­rência dos ope­rá­rios para a uni­dade de Fá­tima», de­clarou an­te­ontem à Lusa o co­or­de­nador do sin­di­cato.
A ad­mi­nis­tração da Santa Clara Ce­râ­micas (an­tiga So­ci­e­dade das Por­ce­lanas de Coimbra) re­solveu en­cerrar a fá­brica nesta ci­dade e trans­ferir os 20 tra­ba­lha­dores res­tantes para outra uni­dade, em Fá­tima. Como no­ti­ciámos, os tra­ba­lha­dores en­traram em greve, por tempo in­de­ter­mi­nado, no dia 12 de De­zembro, quando a em­presa dis­po­ni­bi­lizou um au­to­carro para os trans­portar para Fá­tima. Tra­ba­lha­dores e sin­di­cato lem­bram que, num pro­to­colo ce­le­brado em 2002 com a CM de Coimbra, a ad­mi­nis­tração com­pro­meteu-se a cons­truir uma nova fá­brica no Parque Em­pre­sa­rial de Eiras, com 70 tra­ba­lha­dores, após o que seria vi­a­bi­li­zado um lo­te­a­mento para a área das ac­tuais ins­ta­la­ções.
A 27 de De­zembro, na reu­nião da As­sem­bleia Mu­ni­cipal, pe­rante os tra­ba­lha­dores que mantêm o vín­culo à Santa Clara, o pre­si­dente da Câ­mara de Coimbra re­a­firmou que a au­tar­quia in­vi­a­bi­li­zará qual­quer lo­te­a­mento nestes ter­renos, pró­ximos do centro da ci­dade, en­quanto a em­presa não cons­truir a nova fá­brica.
No início dos tra­ba­lhos da As­sem­bleia Mu­ni­cipal, o co­or­de­nador da União dos Sin­di­catos de Coimbra acusou o dono da fá­brica de querer li­quidar um pro­to­colo que os tra­ba­lha­dores as­si­naram de boa-fé. «Não é dito que não vai haver pro­jecto imo­bi­liário para o vale da Ar­re­gaça», cri­ticou An­tónio Mo­reira, de­fen­dendo que, «como sig­na­tária, a Câ­mara po­deria ir mais além na de­fesa do pro­to­colo e chamar o em­pre­sário à res­pon­sa­bi­li­dade».


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